domingo, 29 de março de 2009

A VIRTUDE DA PACIÊNCIA


A VIRTUDE DA PACIÊNCIA

“A paciência é uma virtude!”

Quantas e quantas vezes ouvimos tal provérbio? E quantas e quantas vezes praticamos tal provérbio?

Apesar de virtude, não vejo, na pratica, o tal provérbio sendo colocado em prática.

Vivemos numa sociedade de loucura, onde todos querem, de preferência para ontem, tudo o que a moderna sociedade pode nos dar, pode nos oferecer e pode tudo nos tirar.

A virtude da paciência é uma virtude desvirtuada. A modernas sociedades de consumo, onde se valoriza mais o que se tem do que o que se é deturpou valores e virtudes.

Como viver numa sociedade onde tudo se ataca? Só tendo paciência. Como criar filhos numa sociedade onde tudo se quer? Só tendo paciência. Como conviver com a iniqüidade e com valores tão deturpados de hoje em dia? Somente tendo a bendita paciência.

Sejamos irmãos, pacientes com tudo aquilo que nos cerca. Com o mal a nossa volta. Com os apelos de consumo a nossa volta. Com as queixas e desvios que insistimos em tomar, mesmo sabendo que nos será prejudicial.

Paciência é sinônimo de tolerância. Então, nada melhor que praticar a tolerância através da paciência. Nada melhor que mostrar nosso melhor através da paciência.

A paciência combina muito bem com a perseverança. Então, o que poderia ser melhor que colocar nosso bom senso em prática, nossa vontade de continuar e nossa firmeza, senão mostrarmos que somos melhores hoje, do que fomos ontem, e perseverar.

Coisas que nos desagradam, acontecem a todo tempo, a toda hora, com todo mundo. Não julguemo-nos melhores ou piores, pelo simples fato de agir com a paciência. Torne essa paciência uma constância e não uma virtude.

Haja, mas com paciência. E não espere que as coisas venham de graça, sem luta ou que caiam do céu. Simplesmente seja e não tenha.

Abraços fraternais.
Jairo Pereira Jr. - 2009
Professor de Economia e Matemática
35 anos, casado, 1 filha e Umbandista


VAMPIROS DE ENERGIA


Todos nós os conhecemos!
Sabemos como são!
Como se vestem!
E como agem!

E seus propósitos:
sugar o sangue de suas vitimas, pois só assim eles sobrevivem.

De quem estamos falando??? É claro que dos "vampiros dos filmes ", o conde Drácula e seus amigos, seres errantes de capa preta e grandes dentes ávidos por sangue (ou energia vital), e que andam pelas sombras em busca de suas vitimas que, na maioria das vezes, não percebem sua presença ou atuação maléfica, mesmo que estejam muito próximos.

Ai, o filme termina e os vampiros desaparecem certo!? Errado! Existe um tipo de vampiro que é de carne e osso, e que convivemos diariamente. Estamos falando dos "vampiros de energia". Os vampiros de energia são pessoas de nosso relacionamento diário.

Pode ser nosso irmão(a), marido/esposa, empregado, familiar, amigo de trabalho, vizinhos, gerente do banco, ou seja qualquer pessoa de nosso convívio, que esta roubando nossas energias, para se abastecer.

Eles roubam energia vital, comum no universo, mas que eles não conseguem receber.

Mas, por que estas pessoas sugam nossa energia, afinal??

Bem, em primeiro lugar a maioria dos vampiros de energia atuam inconscientemente, sugando a energia de suas vitimas sem saber o que estão fazendo.

O vampirismo ocorre porque as pessoas não conseguem absorver as energias das fontes naturais (cósmicas, telúricas, etc) , tão abundantes, e ficam desequilibradas energeticamente.

Quando as pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), elas precisam encontrar outras fontes de energia mais próxima, que nada mais são do que as outras pessoas, ou seja, você.

Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando vampiros de energia alheia.

Mas, como identificar estas pessoas, ou estes vampiros? Em estudos feitos, foram identificados os seguintes tipos de vampiros (você provavelmente conhece mais de um):

· Vampiro cobrador
· vampiro crítico
· vampiro adulador
· vampiro reclamador
· vampiro inquiridor
· vampiro lamentoso
· vampiro pegajoso
· vampiro grilo-falante
· vampiro hipocondríaco
· vampiro encrenqueiro

Quais as principais características deles? Como combate-los?

A) Vampiro Cobrador:
Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o porquê não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas. O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar porque ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não deixe ele retrucar e se retire rapidamente.

B) Vampiro Crítico:
é aquele que crítica a tudo e a todos, e o pior que é só Critica Negativa e Destrutiva. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá seu sistema para que a energia seja sugada. Diga "não" a suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração. O melhor é cair fora e cortar até todo o tipo de contato.

C) Vampiro Adulador:
è o famoso Puxa-saco. Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

D) Vampiro Reclamador:
è aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida, do governo, do tempo, etc. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. E o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.

E) Vampiro Inquiridor:
Sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo, e não dá tempo para que a vítima responda pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade ele não quer respostas e sim apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos. Para sair de suas garras não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente, e procure se afastar assim que possível.

F) Vampiro Lamentoso:
São os lamentadores profissionais, que anos a fio choram suas desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima.
Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que elas não resolvem situação alguma.

G) Vampiro Pegajoso:
Investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades. Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado e, portanto, vulnerável.
Saia o mais rápido possível . Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

H) Vampiro Grilo-Falante:
A porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

I) Vampiro Hipocondríaco:
Cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

J) Vampiro Encrenqueiro: para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.

Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.

Bem, agora que você já conhece como agem os Vampiros de Energia, vá a caça deles, ou melhor, saia fora deles o mais rápido possível. Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer é obvio, não é um destes tipos de Vampiro...


Vera Caballero
Terapeuta de Bioenergias - Orientadora Metafísica
Profª de Bioenergias e Proteção Psíquica

sexta-feira, 20 de março de 2009

O arquétipo do preto-velho


A discussão sobre os arquétipos da Umbanda é um assunto interminável, complexo e apaixonante, mas muitas vezes cai no erro de se atribuir um caráter extremamente simplista, quase sempre baseado apenas na primeira impressão deixada pela entidade analisada.Como fruto dessa análise superficial, podemos citar, apenas para exemplificar, o processo de demonização sofrido pelos exus, valorosos trabalhadores do Astral, quase sempre injustiçados e vistos com maus olhos por aqueles que desconhecem completamente a Umbanda e até mesmo por muitos se dizem filhos dela, mas que tão pouco se preocupam em entendê-la, bem como às entidades que nela trabalham. Outro caso recorrente de equívoco quanto ao arquétipo ocorre com a versão feminina dos exus, as pombas giras, que muitos acreditam tratar-se de espíritos de prostitutas quando da sua existência terrena. Claro que sua postura sensual contribui para isso, mas nem toda mulher sensual foi ou é prostituta, como nem toda pomba gira também. Talvez essa espécie de “personificação” que imputam às entidades de Umbanda exista para facilitar a compreensão do leigo, mas o umbandista, que pratica e vivencia a religião e a toma como filosofia de vida, tem o dever de conhecer e entender melhor os tipos culturais, étnicos e psicológicos nela representados. Acreditar que o espírito da criança manifesta-se simplesmente para externar a pureza, por exemplo, é reduzir toda a sabedoria umbandista a uma conotação muito simples e frágil.Dessa forma, aos pretos velhos, espíritos tão populares na Umbanda, a ponto de muitas vezes suas figuras serem usadas como ícones da religião, são atribuídas comumente duas qualidades: a humildade e a sabedoria.A condição de escravo teria dado ao preto velho a postura sempre humilde, sentado em seu banquinho, com as costas arqueadas e falando baixinho, numa atitude típica de quem sabe que deve comportar-se adequadamente frente ao seu senhor. Já a sabedoria seria fruto da idade avançada e das largas experiências supostamente vivenciadas em Terra.Mas seria o preto velho apenas isso? Um senil humilde e sábio? Todo o sofrimento de um povo, que deu seu sangue para a construção de um país estaria resumido a uma figura arqueada e humilde, porém sábia?A História mostra que a saga do povo negro é repleta de lutas, então, relegar o preto velho a uma condição praticamente submissa é negar o passado desse povo. Insistir na idéia de que o preto velho é somente sábio e, principalmente, humilde, é querer perpetuar um passado de injustiças, a ponto de querer manter o negro, mesmo já estando na condição de espírito, como um ser subserviente e amedrontado.Basta estudar a História para entender que o negro não teve uma postura humilde e submissa o tempo todo. O maior ícone dessa etnia em nossa história, Zumbi dos Palmares, é também a representação de um povo que não se rende à força bruta da escravidão. Exemplo de liderança, resistência, coragem e luta, Zumbi ainda hoje é lembrado e festejado em todo o Brasil como o representante de um povo que não se entrega facilmente.Não é somente na história do Brasil que encontramos exemplos de resistência dos negros frente à opressão: Nelson Mandela, Martin Luther King, Malcon X, Agostinho Neto e outros tantos, o que nos leva a concluir que o povo afrodescendente não tem como hábito quedar-se passivamente frente às injustiças e às imposições.A própria mentalidade européia, incutida em nossas mentes ao longo do processo de colonização e perpetuado mesmo após o desligamento do Brasil com as amarras portuguesas, nos impôs a falsa impressão de que o negro (e também o índio) são seres pouco civilizados e frágeis de espírito e discernimento. Eis aí um gigantesco e medonho engano. Essa visão paternalista às avessas nos remete à falsa impressão de que as etnias não-européias são frágeis e necessitam da proteção civilizatória que o estereotipado tipo europeu poderia dar. A realidade é que por trás dessa visão aparentemente inocente e provida de caridade existe uma feroz intenção de dominar econômica e ideologicamente todo um povo e aniquilar sua cultura. Não fosse a coragem, a determinação e o espírito de resistência do povo negro, e isso já teria acontecido. Toda a riqueza cultural do chamado continente negro teria desaparecido e seu povo seria mão-de-obra barata e nada mais.Assim, acreditar que o arquétipo do preto-velho se resume a humildade e a saberia é desprezar todo o seu passado de lutas. O preto-velho possui sim a humildade, mas a humildade dos sábios, e não subserviência daqueles que se entregam facilmente. Acima de tudo o preto-velho representa o vencedor, que mesmo diante de toda violência que sofreu, soube resistir e manter viva a sua cultura e a chama da sua fé.O preto-velho é também o símbolo da resistência, da luta e do vencedor.

Douglas Fersan
março de 2009

quinta-feira, 19 de março de 2009

MAS, O QUE É EVOLUÇÃO ?



Quando um espírito evolui?

Na maioria das vezes, a evolução é confundida com progressão material, ou seja, se o ente consegue alcançar posições de destaque,títulos etc, durante sua vida, pensa-se que ele tenha evoluído.

Do ponto de vista material até pode ser, mas do ponto de vista espiritual, nem sempre, até porque como já dissemos, os títulos e posições que tiveram na vida, pouco importam.

Um espírito evolui realmente quando passa a ser capaz de amar a todas as criaturas de Deus.
Se você compreender realmente o que é amar sem se perder pelos meandros do amor carnal a que todos estamos acostumados, já terá aí uma grande chave para sua evolução.

O difícil dessa lição é pô-la em prática!
Falar que ama é até fácil, embora nem todos sejam capazes.

Mais difícil ainda é compreender que para “amar ao próximo como a ti mesmo”, é preciso antes que se entenda o que é amar a si mesmo.

Somente através de diversas vindas ao Plano Terra, um espírito começa a entender a profundidade que há nesse único mandamento deixado pelo mesmo Jesus quando disse :

“Um novo mandamento vos dou:

Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis”.

texto tirado do livro UMBANDA SEM MEDO
por Claudio Zeus

terça-feira, 17 de março de 2009

PSICOLOGIA E UMBANDA


Como psicólogo não posso deixar de perceber como a personalidade do médium vai sendo moldada com o desenvolvimento das incorporações, como sutilmente vai modificando o interno do médium com o decorrer do tempo.

Muitos já me perguntaram porque na Umbanda não tem um trabalho de preparo íntimo para os médiuns, porque os dirigentes simplesmente desenvolvem os médiuns e não preparam seus íntimos.

Penso que os dirigentes deveriam desenvolver um trabalho de desenvolvimento interior dos médiuns, com raras exceções, a maioria dos terreiros não há uma preocupação em desenvolver um trabalho específico para a melhoria do íntimo dos médiuns.
Mas ao refletir sobre o assunto percebi que este trabalho é realizado de forma silenciosa pelos guias espirituais.

A reforma íntima do médium acontece na incorporação e nos contatos com os guias. A possibilidade de trabalhar várias linhas diferentes, permite ao médium a possibilidade de incorporar à personalidade o princípio do arquétipo que rege a linha.

Assim ao incorporar um preto velho ou preta velha, o médium vai desenvolvendo em si a paciência, a bondade, o carinho, a empatia, o amor, a compreensão ao outro. Se estas características já eram uma tônica no seu ser, então aprimora ainda mais estas qualidades, trazendo a tona uma energia amorosa, que flui naturalmente em si, permitindo que as qualidades do guia possam fluir naturalmente.

Quando estas qualidades não estão desenvolvidas o guia vai aos poucos incutindo no médium estas qualidades até que possa fluir naturalmente. A consciência destas possibilidades de aprimoramento, pode facilitar a entrega do médium ao seu preto velho ou preta velha, mais o seu chacra cardíaco vai se abrindo permitindo uma intensa luminosidade no seu ser.

Ao incorporar um caboclo ou cabocla, o médium aprende a ordem, a disciplina, o ritual, a eficiência do trabalho, a priorizar o que é importante, a trabalhar com ervas, com os vegetais, com as pedras, a quebrar demandas, sempre sem falar muito, somente o necessário, sem querer aparecer, trazendo uma força grande em si, aprende a conhecer o seu próprio poder, a força que possui.

O arquétipo dos caboclos e das caboclas é o do poder da luz, no auxílio ao humano, aos espíritos em evolução, e saber que tem força interna, suficiente para suportar as provações que certamente o médium passará, assim cada caboclo vai aos poucos moldando a energia do seu médium, tornando o disciplinado, atento a ritualística, ao companheirismo aos seus irmãos que sofrem, e suportando em si muitas vezes as dores do outro.

Aprende a resignação quando recebe os ataques em decorrência do seu trabalho mediúnico, aprende que ao suportar as aflições sem reclamar dos guias, está fortalecendo seu íntimo, criando uma estrutura psíquica forte em si com capacidade, de relacionar com os adventos da vida de forma harmoniosa.

Os baianos trazem a descontração, o aprendizado de como trabalhar as adversidades, a alegria, a flexibilidade, a magia, a brincadeira sadia. Assim médiuns que são introspectivos, quando incorporados em seu baiano ou baiana, soltam-se liberando sua alegria interna, a descontração.

Outros, já são descontraídos por natureza, e desenvolvem outras qualidades junto com seu baiano, como a flexibilidade diante das situações, como amparar o irmão com alegria, trazer a alegria para o próximo.

Transmutando a tristeza do outro transmitindo alegria e esperança. E muitas outras coisas aprendemos com os baianos. Descubra o que o seu baiano está aprimorando em você.

Os ciganos também aprimoram seus médiuns, trazendo a suavidade, a beleza, o encantamento, o envolvimento, a intuição, a paixão pela vida, pelo belo, pela música, a cura.

Os marinheiros permitem aos médiuns, desenvolverem o equílibrio emocional, entrar em contato com as emoções mais íntimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios.
Desenvolvendo no médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso aprimorando as relações com o seu irmão.

Os boiadeiros trazem para o médium a força necessária para caminhar no mundo, para lidar com as adversidades da vida, fortalecendo-o diante do mundo, mostrando que a luta sincera, o bom combate, leva a luz.

A linha do grande oriente, onde incorporam guias orientais, hindus, mulçumanos, chineses, entre outros, estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo.

Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso.

Exú e Pomba-gira, trazem a tona a sombra do médium, aquilo que necessita ser trabalhado e está escondido no seu ser. A ganância, a soberbia, a ira, o ciúme, os medos indizíveis, o orgulho, o perfeccionismo entre outras coisas. Exú tem a capacidade de espelhar o que está no íntimo do médium, mostrando o que está no seu interior. E só perceber como seu Exú ou Pomba-gira e terá uma pista do que traz no seu íntimo.

O trabalho com a própria sombra é facilitado com a incorporação dos Exús e Pomba-giras. Assim quando o médium diz: meu Exú é galanteador, é importante o médium ver o quanto traz de Don Juan. Quando a Pomba-gira é indisciplinada, o quanto o médium tem de rebeldia não trabalhada. Exús orgulhosos, médiuns necessitando trabalhar a soberbia, Pomba-giras vaidosas em excesso, médiuns necessitando trabalhar a vaidade.

Muitas vezes também Exú e Pomba-gira espelham qualidades íntimas dos médiuns, tais como: Exús eruditos, médiuns que buscam o conhecimento, Pomba-gira trabalhadora, médium esforçada, Exús guerreiros, médiuns batalhadores e assim por diante as qualidades e defeitos dos médiuns são espelhadas por Exú e Pomba-gira.

Aprendem com eles o médium que tiver coragem de se olhar sem medo, e perguntar o que seu guia de esquerda traz que desagrada, sem medo, pois Exú está ai pra isso mesmo, mostrar o que não queremos esconder, trazer a tona aquilo que precisa ser trabalhado.

José Antônio de Souza - Psicólogo

quinta-feira, 12 de março de 2009

O casamento na Umbanda


Ao contrário do que muitos pensam – talvez influenciados pelo senso comum, que atribui somente a religiões ditas cristãs, em especial o Catolicismo, um caráter oficial – na Umbanda também existem sacramentos, tais como o batismo e o casamento. No entanto, a realidade é que poucos daqueles que se dizem umbandistas sabem disso ou, se sabem, não atentam para a importância de seguir os sacramentos dentro da religião que escolheu e que os acolheu.
Seria isso um desprezo pela própria religião? Ou uma forma de minimizar a importância daquilo que escolheu para si e que deveria nortear sua vida?
Talvez nem uma coisa nem outra. O fato é que, por diversos motivos, muitos deles históricos e outros tantos sociais, o próprio umbandista busca em outras religiões, como já foi dito, especialmente no Catolicismo, a oficialização de momentos importantes de suas vidas. É como se algumas situações exigissem o crivo católico, tradicional e bem quisto, para legitimar-se. É como se a Umbanda, apesar de toda a sua história de luta e resistência, não bastasse para sacramentar os momentos decisivos da vida de seus filhos. É como se o próprio umbandista não reconhecesse na Umbanda a sua autoridade espiritual.
A realidade é que muitos segmentos da sociedade ainda enxergam a Umbanda como um religião de pobres e desprovidos de cultura – note o ranço de preconceito – e, assim, ainda buscam em instituições que julgam oficiais, os sacramentos que facilmente encontrariam dentro da Umbanda.
Por outro lado, não há como atirar pedras naquele que realiza o casamento em outra religião, justamente porque ainda existe esse preconceito em torno das religiões que possuem um de seus pilares na África. Experimente alguém, de família não umbandista, realizar o seu enlace matrimonial dentro de um terreiro.
Quantos convidados comparecerão?
E, daqueles que comparecerem, quantos estarão ali realmente de coração (e mente) aberto ao ritual?
Quantos buscarão os pretextos mais fúteis para não comparecer?
E quais serão os comentários daqueles que comparecerem, após o ritual?
Ao final das contas, perante a sociedade, é como se o casamento não tivesse acontecido, por isso é compreensível que as pessoas, mesmo se dizendo umbandistas, procurem realizar seus casamentos dentro daquelas religiões que arriscamos chamar de mais tradicionais, mas que são, na realidade, mais aceitas pela sociedade. Concluímos assim que esses acontecimentos são mais sociais do que religiosos: trata-se da formalização de um rito de passagem, que assim sendo, necessita daquilo que é cobrado informalmente pela sociedade, e não daquilo que o coração e alma pedem.
Já é passado do momento do umbandista assumir sua religião em toda plenitude que ela pede e merece, fazendo valer os sacramentos, liturgias e tradições que a caracterizam. Embora seja sabido que a sociedade ainda possui fortes raízes no catolicismo (mesmo aqueles que não se declaram católicos), é importante ao umbandista fazer da Umbanda a sua filosofia de vida, sem medo ou vergonha, como forma de chamar para si e para seus irmãos-de-fé o respeito que tanto clamamos por anos e anos.


Douglas Fersan
Fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

O MÉDIUM



O médium é o Office boy da espiritualidade e existem muitos.

Uns trabalham nas empresas de luz e trazem as respectivas mensagens, outras trabalham nas empresas da escuridão e também respectivamente as trazem travestidos de líderes espirituais com objetivos materiais negros.

O médium consciente sabe que é médium, é mais lúcido, reconhece e admite a presença dos amigos espirituais e se assume médium mesmo perante a crítica dos fundamentalistas "espumantes" que são capazes de morder a própria língua para ofender e perpetrar àqueles que não comungam com as suas idéias estreitas.

O médium é a última milha do telefone sem fio interdimensional. O que antes fez como brincadeira de criança hoje faz como responsabilidade de adulto.

O médium não é evoluído e nem melhor, aliás muito pelo contrário, a mediunidade na maioria das vezes é apenas oportunidade kármica (dharma) de resgatar os erros do passado que pode se manifestar como fardo, como bênção ou como ambos dependendo da situação e "n" variáveis conscienciais intervenientes.

Cada médium tem um trabalho, uma tarefa ou obrigação consciencial que lhe foi gentilmente cedido pelo Alto face a seu arrependimento e vontade de mudar, mas muitos "perecem" no meio do caminho e se atolam na repetição de erros do passado. Outros tantos se estagnam e efetuam pequena fração de suas tarefas que antes tanto se entusiasmaram por fazer acreditando que seria fácil.

A mediunidade não é brincadeira, é tarefa séria e de alta responsabilidade que independe de hora, idade, local, doutrina, religião, intelectualidade ou situação financeira.

Cada médium programou para si adstrito a orientação de seus mentores e que seria melhor para si dentro do contexto evolutivo.

Mediunidade não é tarefa para os fracos e covardes, mas para os abnegados e persistentes. O Alto necessita de cada alma que se dispõe a retornar ao bem e a assumir sua tarefa de minipeça cósmica consciente frente ao Universo regido pelas leis de Deus.

A mediunidade é uma associação de vontade mais talento mais oportunidade mais responsabilidade mais renúncia a fim de ajudar a muitos outros para no fim estar ajudando mais a si próprio.

O médium vaidoso só o é porque não é lúcido e não se lembra, ou melhor, não deseja se lembrar dos erros do passado e hoje custa a admitir que sua mediunidade-trabalho-tarefa-obrigação foi implorada por ele ao Alto no período intermissivo.

Ser médium não é bonito e nem vantagem, mas é obrigação por opção voluntária endossada pelo Alto ao fim de autoburilar a conduta íntima, quitar karma no atacado, superar um novo degrau nesta íngrime escalada evolutiva da vida.

Deus não joga dados e a vida não é brincadeira, muito menos o trabalho e a mediunidade. O amor é um direito de todas as criaturas e nos parece que não temos outra opção senão ter coragem de enfrentá-lo.

Dá trabalho? Sim!

Mas ser feliz é um trabalho que compensa.

Não existe fuga para você, tu sejas médium ou não.

O médium pulou de pára-quedas no meio guerra, admitiu a auto-luta em princípio a pôs a cara a tapa na reencarnação a que se propôs e no meio do caminho não há como desistir. É como uma represa que ruiu, nada segura a força da água e nada segura o fluxo de energias conscienciais na vida dos seres.

Aos médiuns nós sugerimos, abandonem as brincadeiras irresponsáveis e assumam seus serviços, nós precisamos de vocês. Percam a vergonha de assumir sua mediunidade tanto na frente dos ignorantes tridimensionais, como aos invejosos espiritualistas ou aos parapsiquistas multidimensionais e confiem em si.

Auto-estima para o médium é fundamental, mas sem vaidade. Não respondam as críticas maldosas, elas merecem ser desprezadas, a melhor resposta é o resultado de seu trabalho que só irá obter trabalhando.

Mãos a obra, a espiritualidade não dorme!

Recebido espiritualmente por Dalton em 04/09/2002 em Curitiba

sábado, 7 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

Que todas as mulheres de nossas religiões sintan-se homenageadas no exemplo desta mulher guerreira e batalhadora pela religião afro-basileira.

VIVA!!! MÃE MENININHA, VIVA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER.


O Dia Internacional da Mulher é mais uma daquelas datas que o comércio faz a festa.


Homens de todo o mundo estão agora desesperados para dar algum presente às suas amadas, namoradas, esposas e/ou amantes.A história do Dia Internacional das Mulheres começa com a inserção das mulheres no mercado de trabalho após a Revolução Industrial.


As mulheres saíram dos lares, mas não conseguiram os mesmos direitos que os homens. Até hoje as pesquisas revelam que as mulheres ganham menos ocupando o mesmo cargo.


Mas já foi bem pior.Em 8 de março de 1857 em Nova York as mulheres protestavam contra as más condições de trabalho e salários menores do que os dos homens. Situação que ainda permanece.


O incêndio da fábrica da Triangle Shirtwaist, também em Nova York, não aconteceu em 8 de março como se supõe e nem ocorreu devido aos protestos femininos. O boato sugere que durante o protesto as mulheres teriam sido trancadas e queimadas vivas totalizando 129 trabalhadoras queimadas vivas. No verdadeiro incêndio, o pior da cidade de Nova York, morreram 146 trabalhadoras.


O incêndio de Triangle Shirtwaist ocorreu em 25 de Março de 1911. Os protestos por melhores condições de trabalho se seguiram nos anos seguintes. Em 1908, 15 mil mulheres exigiam nas ruas de Nova York redução de horário de trabalho, melhores salários e o direito ao voto. A primeira comemoração do Dia Internacional da Mulher foi realizada em 28 de Fevereiro de 1909, nos Estados Unidos, motivada pelo Partido Socialista da América.


Em 19 de março de 1909 ocorreram protestos na Alemanha para relembrar as promessas não cumpridas pelo rei da Prússia aos direitos das mulheres. Em 1910, na primeira conferência internacional sobre a mulher, realizado na Dinamarca, o dia 8 de março foi declarado Dia Internacional da Mulher. No ano seguinte um milhão de pessoas celebraram a data em alguns países da Europa.


O Dia Internacional da Mulher de 1917 foi uma importante data para a Revolução Bolchevique na Rússia. Cansadas da guerra e opressão as mulheres aproveitaram a data para forçar a retirada das tropas russas da Primeira Guerra Mundial através de uma greve geral. Quatro dias depois o tsar Nicolau II foi deposto do cargo.


O Governo Provisório garantiu às mulheres o direito de votar. O Dia Internacional da Mulher se tornou oficial graças aos esforços da feminista Alexandra Kollontai para relembrar a luta das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos políticos.Com o passar dos anos o Dia Internacional da Mulher se tornou uma data romântica.


O comércio se aproveitou da mudança de uma data que começou por melhores condições de trabalhos e poderes políticos iguais para uma data de presentes de homens arrependidos e apaixonados. O Dia Internacional da Mulher se tornou uma data importante no calendário de vendas. Em vários países a data é feriado nacional, mas o que realmente importa é que os comerciantes fazem a festa no 8 de março, todos os anos.


Em Moçambique o Dia da Mulher Moçambicana é comemorado em 7 de abril, data da morte de Josina Machel, esposa do primeiro presidente de Moçambique. Assim que o país conquistou a sua independência de Portugal em 1975 a data foi oficializada como feriado nacional. Josina Machel integrou a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) quando jovem, casou-se com o futuro presidente. Josina Machel morreu vítima de doença em 7 de abril de 1971.


Uma das frases do Dia Internacional da Mulher que mais me chamou a atenção foi que a mulher não precisa de datas, talvez esta seja a melhor frase do Dia Internacional da Mulher e mais verdadeira do que inúmeras frases românticas procuradas pelos homens ou mulheres para agradar outras mulheres. Os artigos e textos que li sobre o dia das mulheres me deixaram convencido que as mulheres dão menos bola do que os homens para esta data.


Talvez seja a síndrome do conquistador. O cara dá uma de gente fina, de respeitador às mulheres com o objetivo de consumi-las. No dia 9, ele esqueceu as flores com o belo texto sobre o Dia das Mulheres. A maioria dos belos versos e frases em homenagem às mulheres será logo esquecida. Aquelas frases inteligentes retiradas de reportagens sobre o Dia Internacional da Mulher serão apagadas pelos gestos cotidianos. Apesar de tudo alguns realmente levam a sério que todos os dias são os dias das mulheres, e que todos os dias são os dias dos homens, seja lá qual for a sua opção sexual.Parabéns às mulheres ao dia 8 de março.


Hoje é o seu dia. Amanhã e depois também.


Artigo de Daniel Silva

quinta-feira, 5 de março de 2009

Texto de Repúdio.


O texto abaixo é uma indignação que publiquei em meu blog pessoal, contra a atitude do Arcebispo José Cardoso Sobrinho, contra a interrupção da gravidez da menina de 9 anos de idade, para mim não se trata somente da Igreja Católica, mas da sua falta de compreensão com a vida de uma criança vitima de abuso de um psicopata, e dentro desta barbárie encontramos uma posição muito estreita da Igreja colocando a Lei de Deus acima da própria Vida que segundo a própria Bíblia é criação dele mesmo.


Na idade média a igreja católica matou, prendeu, humilhou milhares de pessoas em nome de Deus e do poder que tinha a igreja através de seus cardeais, que eram a segunda força abaixo do Rei, sem dúvida a história mostra como ela agia nos bastidores junto aos feudos, e a quem levantasse contra a ordem do Rei, que na maioria das vezes fez a vontade da igreja.


A inquisição foi o palco e pano de fundo para a maioria dos atos criminosos do catolicismo, e quando Lutero, Calvin dentre outros se rebelaram foram calados cada um no seu momento, como também todos aqueles que não praticavam o catolicismo, queimados em fogueiras, colocados em masmorras, ou torturados com a Donzela de Ferro.


Muito bem passados tantos períodos tivemos uma reformulação da igreja, a Teologia da Libertação saltou aos olhos e abraçou muitos fiéis e trouxeram outros, a organização popular e os Direitos Humanos estavam na pauta central da igreja João Paulo II, apesar de conservador, via no individuo o ser transformador e detentor do livre arbítrio, e também incentivou grandes movimentos de pesquisas pelo mundo.


A nova igreja de Bento XVI me remete a idade média novamente, fria, maldosa, prepotente, negando que o homem tem livre arbítrio, não reconhecendo os avanços da humanidade, e se portando como autoridade maxíma na terra. O Arcebispo José Cardoso Sobrinho deu exatamente o tom da nova igreja, quando vem a mídia e excomunga a família e os médicos que provocaram o aborto na menina de 9 anos de idade que corria risco de vida e violentada por um padrasto animal.


Esta é a nova igreja que fala em vida em Leis de Deus que o homem deve obedece-la somente, e assim as mulheres e crianças nas mãos deste assassinos morais, destes psicopatas podem fazer o que bem entendem este é o Deus de Bento XVI? Um Deus maligno, cruel, frio, insensato, que não vê a vida de uma criança já traumatizada pela violência doméstica, abusada sexualmente, é esta a Igreja que toma para si o direito de ser acima de tudo.


A posição do Arcebispo para mim no minímo foi degradante, a igreja mostrou definitivamente porque vem perdendo fiéis, e sinceramente os Direitos Humanos neste caso nem tomaram conhecimento, tenho absoluta certeza que a família e os médicos fizeram o que tinha de mais correto, me solidarizo com eles, e se alguém da igreja quiser me excomungar também será um favor, por que minha religião é outra a tempos, e o exemplo deixado pelo Arcebispo é muito negativo e mancha definitivamente a relação da igreja com os movimentos sociais de Direitos Humanos.


Jordam Godinho - Março 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

EGUNS E KIUMBAS


Amigos deste espaço, este assunto vem à tona através de um debate proposto na comunidade do Orkut Oxalá Rei da Umbanda do meu amigo Silvio, assim o que apresentamos abaixo foi apenas o que aprendemos e uma definição muito bem analisada de nosso irmão Robson Nogueira, assim deixamos este texto para sua apreciação.

Eguns, são espíritos desencarnados que tiveram vida humana, e passaram por todas as situações terrenas entre sentimentos, vontades, dores, e conheceu este mundo cada qual no seu estágio de tempo.Podemos tomar como exemplo de eguns as seguintes entidades: Caboclos, Preto-Velhos, Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos, mentores dentro do Kardecismo, e Exus falangeiros dentro da Umbanda que dão seus nomes e trabalham dentro das linhas vibratórias.


OBS: NO CANDOMBLÉ - Exu é divindade Orixá, e é intermediário entre o mundo astral dos orixás e a terra, é o elo, sem ele nada se faz como determinação dentro das nações de matrizes africanas.


Kiumbas são espíritos pouco evoluídos de energia duvidosa onde a dualidade do seu comportamento é latente, tem como característica central se passar por outras entidades, e também são perturbadores do psíquico do homem, podendo causar transtornos diversos, em seu intelecto e passar a impressão de depressão, falta de caráter, agressividade e também loucura.


Dentro da religião o Kiumba tem tanta malícia que mais gosta de se passar por EXU, por sua densidade vibratória, por seu comportamento direto, e assim podendo confundir as pessoas.Dentro destes dois exemplos o Egun tem muito mais capacidade de entendimento e evolução que o Kiumba que precisa de ser tratado, doutrinado, e seu estado de evolução é muito mais difícil e demorado que o do Egun.

Definição por Robson Nogueira


Meu pai carnal, já falecido, às vezes me admoestava com um antigo ditado, ao ver que eu, para questões simples, criava fantasias demais.

Dizia ele!
- Isso é colocar chifre em cabeça de cavalo!Egun e Kiumba são coisas tão simples de entender que precisar de um tópico de discussões sobre isso me faz ouvir novamente as palavras do meu pai.


Na maior parte das vezes a dificuldade de entendimento se dá pela obsessão (quase um trocadilho) que muitos têm em renegar os significados das palavras, apenas porque são em outro idioma.


Querem de qualquer modo dar a elas significados próprios, em nosso idioma ou em suas concepções.Egun é um termo africano que significa osso, por extensão todos que os têm, ou seja, os seres humanos que os tiveram, SERES DESENCARNADOS hoje, SOB QUALQUER NÍVEL DE EVOLUÇÃO ESPIRITUAL, que militam de alguma forma ou qualidade na vida espiritual, influenciando-nos ou não. (Óbvio que existem os animais vertebrados, mas que não se incluem na questão).


Kiumba é um SER DESENCARNADO que, em função de sua BAIXA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL momentânea, ignora ou se compraz com o mal que pratica a outros, inclusive nós, seres encarnados.


Ora, vemos imediatamente nas definições de Egun e Kiumba duas coisas que demonstram aproximação e distância respectivamente. O fato de serem SERES DESENCARNADOS e o NÍVEL DE EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. Kiumba é um ser desencarnado? Sim! Portanto, é um Egun.


Todos os Eguns tem o mesmo nível evolutivo espiritual? Não! Uns o tem mais elevado outros menos.Qual o nível de evolução de um Kiumba? É difícil defini-los numericamente, mas relativamente podemos dizer que é muito baixo. Neste caso podemos afirmar que:



TODO KIUMBA É UM EGUM, MAS NEM TODO EGUM É UM KIUMBA.


Quase um corolário para os amantes da matemática aplicada a Umbanda, ou vice versa.


Jordam Godinho e Robson Nogueira
Março 2009












segunda-feira, 2 de março de 2009

CONTRAPONTO NA RELIGIÃO.


Em cima do texto publicado pela irmã Áurea, de autoria de Carlos Piquera, NA UMBANDA NÃO HÁ DOUTORES, conversamos muito sobre um tema que traz uma inquietação dentro das religiões afro-brasileiras, que é a questão do conhecimento formal, a preparação de nossos dirigentes e médiuns para entender e formar massa critica.


O que queremos dizer com isso é que temos notado que todo o acúmulo de aprendizado dentro da religião não é suficiente para formar os conceitos que estão fora das quatro paredes da religião e dentro delas também, nosso povo tem capacidade de assimilar, mas falta questionar o porquê disso ou daquilo.

A simplicidade é uma virtude, mas nestes tempos em que tudo tem que ser falado, discutido e questionado, voltamos para dentro de nossas casas e vemos nossos médiuns apenas praticando sua religião muitas vezes sem entender o sentido do que está acontecendo, já que poucos dentro das casas tiveram acesso a uma educação formal e minoria ainda são os formados em faculdades.


A Umbanda, assim como outros agrupamentos religiosos, é formada por pessoas das mais diferentes classes econômico-sociais e étnicas, que, justapostas, formam o que se denomina de meio religioso intercorrente.


Mas até quando devemos ser assim, fechados ao conhecimento e formadores de opinião, deixando que meia dúzia de pessoas utilize o nome da religião em causa própria e sem valorizar os outros dirigentes de valor que temos espalhados por este país? A educação formal de nosso povo esta em xeque e, cumprindo com um papel social, precisamos criar massa critica e pensante na religião. E que seja através dos Doutores, Professores dentre tantos outros, precisamos alias necessitamos de colocar os conhecimentos no centro das discussões religiosas.


Todos, independente dos títulos honoríficos ou profissionais que possam ter, deverão estar irmanados com aqueles que não puderam alcançar um estágio intelectual ou cultural mais elevado, no sentido de juntos poderem dar sua cota de sacrifício e suor em prol de nossa religião.


Este é o discurso que não cabe mais, temos que estar irmanados sim, mas sabendo do nosso papel naquele momento, questionando, envolvendo-se e aprofundando dentro da religião.

Não se trata de uma tentativa de dar um caráter acadêmico à Umbanda, longe disso. Nem mesmo de querer criar uma casta de dirigentes graduados, pois bem sabemos do real e grandioso valor daqueles verdadeiros umbandistas, de pé no chão e tão pouco letrados. Trata-se, na realidade, de buscar uma ampla compreensão da Umbanda enquanto movimento social – e não apenas religioso – como também de fazer com que o umbandista entenda o funcionamento, a história, os fundamentos, os direitos e os deveres relativos à sua religião.


Ser umbandista não é somente se vestir de branco uma vez por semana e acender velas de cores variadas – isso seria “estar umbandista” naquelas poucas horas que dura uma gira. Ser umbandista é vivenciar a filosofia da religião que escolheu.

Não é segredo que a Umbanda é vítima de comentários quase sempre preconceituosos (baseados no senso comum e em verdadeiros mitos que se perpetuam ao longo do tempo), sendo que um dos mais recorrentes é aquele que diz que “a Umbanda é uma religião de pessoas sem cultura”. Não temos que provar nada a ninguém, no entanto sabemos que essa não é a realidade, já que nossa religião é um verdadeiro aglomerado de culturas diferentes, com povos diversos contribuindo com seu conhecimento. Porém, é fundamental que o filho de Umbanda entenda todo esse processo e também o funcionamento dos rituais, já que está inserido neles.

Não necessitamos de cursos de graduação, diplomas ou de pessoas de renome para que conquistemos o respeito enquanto instituição religiosa. Necessitamos de autocompreensão, e isso acontece de dentro para fora, do microcosmo umbandista para o umbandista enquanto indivíduo e dele para o macrocosmo. Ninguém é dono da Umbanda nem detentor das teorias que supostamente regem os seus fundamentos. Não pretendemos, com essa reflexão, transferir a questão para patamares elevados, pois eles são subjetivos, assim como a sabedoria não é prioridade de universitários. Queremos sim – e é bom que isso fique claro antes que venham as pedras, quase sempre atiradas por aqueles que defendem o comodismo ao dizer que não é necessário compreender as coisas, ou que a compreensão só se dá dentro de um terreiro ou templo – estabelecer um debate profundo com as diversas vertentes da Umbanda, para que tenhamos uma real compreensão de nossa própria identidade, de nossos direitos e deveres, respeitando as diversidades, pois essa é uma das nossas maiores riquezas, contribuindo para o nosso crescimento enquanto representantes daquilo que defendemos e professamos. Não precisamos de doutores ou professores de Umbanda, precisamos de umbandistas conscientes de seu papel. Que esse seja um despretensioso manifesto contra o comodismo intelectual tão arraigado e defendido por alguns em nome de uma suposta pureza umbandista.

Jordam Godinho e Douglas Fersan
Fevereiro de 2009

domingo, 1 de março de 2009

O pequeno universo do umbandista


A riqueza da Umbanda é incontestável. Essa riqueza é percebida nas liturgias, festividades, pontos cantados e tantas outras manifestações encontradas nos terreiros espalhados pelo Brasil. A imensa diversidade constitui – ou deveria constituir – um fator de enriquecimento da Umbanda enquanto religião e do umbandista enquanto ser pensante e atuante, no entanto (e paradoxalmente), esse mesmo fator tornou-se um problema que exige cautelosa reflexão, já que gera controvérsias e desentendimentos internos.Tanto quanto o Brasil, a Umbanda apresenta diferenças regionais, e não poderia ser diferente, já que dentro de um país continental é natural e até enriquecedor que essa diversidade toda exista – e é possível notá-la até nos menores detalhes: linguagem (em alguns casos parecem surgir verdadeiros dialetos), comidas típicas, costumes, etc. O universo cultural é vasto, porém quando não compreendido, constitui um problema, e é justamente isso que ocorre quando falamos do universo do umbandista.O fanatismo religioso não é privilégio de nenhuma seita ou denominação, podendo estar presente em todos os meios sociais, como uma viseira intelectual que impede o seu portador de olhar para os lados ou para o óbvio que descortina diante de si. Todo sectarismo é burro e todo sectário é cego e apenas repete, feito um autômato, supostas verdades que lhe foram ditadas um dia. Cada templo ou terreiro de Umbanda é único e possui a identidade de seu dirigente e também das entidades que ali atuam, por determinação do astral.O universo da Umbanda é colossal, mas o universo do umbandista é minúsculo quando ele não se permite olhar além das quatro paredes do seu terreiro. Nessa situação ele se torna pequeno, sectário, fundamentalista e ignorante, pois despreza a possibilidade de enriquecimento do seu aprendizado, renegando tudo que não seja comum às suas práticas habituais, como se somente elas fossem verdadeiras e válidas perante a espiritualidade.Certamente existem diferenças litúrgicas entre os milhares de terreiros de Umbanda espalhados pelo país. Um determinado ritual realizado no Sul pode, sem problema algum, encontrar diferenças de um ritual praticado do Nordeste, e nem por isso será “menos umbandista”. O umbandista que não entende isso não entende também a rica diversidade da sua religião.Sendo assim, poderia se dizer mesmo umbandista?A resposta, nesse caso, deve vir após uma reflexão sobre a própria postura diante da religião e diante do se apresenta como novo diante dos olhos habituados a não ver nada além das paredes do templo que freqüenta.O advento da internet, que possibilita uma comunicação e troca de informação maior entre as pessoas de diferentes regiões revelou um fato inusitado. Através dos vários fóruns de discussão sobre Umbanda, ficou claro que o umbandista, de uma forma genérica, tem dificuldades em aceitar aquilo que não conhece. E naturalmente não existe aquele que tudo conhece, visto que a diversidade, como já foi dito, é enorme e varia de acordo com as diferentes regiões. Não conhecer essa diversidade em sua grandeza não é o problema. O real perigo consiste na dificuldade de aceitar aquilo que não reconhece como verdadeiro, como se apenas o seu pequeno universo fosse detentor da verdade absoluta sobre a prática da Umbanda. Tornou-se comum presenciar nos citados fóruns, a troca nada gentis de farpas entre pessoas que não defendem apenas convicções, mas sim a visão limitada que juram de pés juntos constituir a mais pura verdade sobre a religião, como se possuíssem uma procuração de Aruanda, atestando que a sua Umbanda é mais Umbanda que a do outro e tivessem autoridade para afirmar isso. Adjetivos nada polidos para quem deveria divulgar a Umbanda através do exemplo são proferidos contra irmãos-de-fé, que por não temer expor aquilo que conhecem e tomam como verdadeiro, sofrem verdadeiras humilhações e até perseguições por parte de alguns poucos que se valem da facilidade com que manipulam as palavras para agir dessa forma. Não percebe, este xiita do seu próprio terreiro, que nada mais faz do que expor a fragilidade e a limitação de seus conhecimentos, além de dar munição àqueles que tentam a todo custo denegrir a imagem da Umbanda.Não se trata, em hipótese alguma, de defender a idéia de uma codificação da Umbanda, longe disso, mas é necessário que se estabeleça uma conduta ética, que pode (e deve) transcender a temática umbandista, partindo para a tão falada e pouco praticada lição do respeito às diversidades. Reconhecer “o outro”, em todas as suas diferenças é praticar a ética, e não temos o direito de reclamar tanto da intolerância das demais religiões se somos intolerantes com aqueles que deveríamos chamar de irmãos.É óbvio que não devemos generalizar, mas notamos que, infelizmente, muitos umbandistas ainda estão presos ao seu pequeno universo, não aceitando sequer ouvir o que o outro umbandista tem a dizer. São pobres seres isolados em redomas de vidro que chamam de terreiros, universos que deveriam ser tão ricos, tendo em vista a bagagem cultural característica dessa manifestação espiritual, mas que tornam-se pequenos como as mentes que não conseguem enxergar além de suas paredes. A Umbanda é maior que tudo isso, maior que as mentes cegas e maior que os pequenos universos, inversamente proporcionais à prepotência daqueles que advogam verdades supostamente absolutas.

PS: Pode parecer que a imagem escolhida para ilustrar esse texto não tem a ver com o assunto abordado, no entanto, ela retrata, de forma singela, o valor da união.

Douglas Fersan - 2009