quinta-feira, 23 de abril de 2009

OGUM IÊ, PATAKORI !


Salve Ogum
Guerreiro de Oxalá.
Orixá que abençoa seus filhos
e os filhos de seus filhos.
Pai destemido,
Senhor da espada de fogo
que corta todas as demandas
e conduza os que ama aos
caminhos da prosperidade.
Que em meus caminhos,
possa eu, filha sua merecer
as vossas Bênçãos:
a espada que me encoraja,
o escudo que me defende e
a bandeira que me protege.
Meu Pai Ogum
Não me deixe cair
Não deixe tombar.

OGUM IÊ, PATAKORI!

terça-feira, 14 de abril de 2009

COM O ESPÍRITO INCORPORADO


Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda.

Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome.

Na umbanda ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.
Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento.
Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro.
Ele está incorporado com a Entidade, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância.

Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo mas não tem o controle das palavras e dos gestos.

É o que chamamos de terceira energia.

Vejam como funciona:
existe uma fusão do espirito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia.
Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros.
Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade.

É impossível a comunicação pura do espírito.
O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade.

Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa.
Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido.

Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro.

Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar.

Daí para riscar o ponto é bem mais rápido.

Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade:
- não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito;
- não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade;
- não tentar dar avisos e recomendações a ninguém;
- não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.

1 - É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade sabendo das dificuldades de seu cavalo tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.

2 - É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro.
Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando.
Eu na primeira vez que fui ao terreiro da Umbanda, senti a incorporação e saí dando passes para o ar e quase caí dentro do Congá. Meu pai-de-santo carinhosamente ajudou-me a levantar e disse:
você não está na mesa kardecista, e sim em um Terreiro de Umbanda.
Com o tempo você aprende!

autor desconhecido

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A PÁSCOA


A PÁSCOA

Há algum tempo atrás li a seguinte argumentação numa matéria de jornal que tinha como título: Dia Nacional da Umbanda é aprovado pela Câmara.

Um dos entrevistados dizia o seguinte:

"A umbanda é uma religião sincrética tipicamente brasileira, formada a partir de vários elementos da cultura religiosa nacional, como catolicismo, espiritismo e cultos africanos. O sincretismo resultou da proibição imposta pelos senhores de escravos aos cultos tipicamente africanos. Existem diversas ramificações da umbanda no Brasil, de acordo com a região. Entre as várias vertentes destacam-se a Umbanda de Caboclo, de influências indígenas; a Umbanda Omolokô, de origem africana; a Umbanda Esotérica ou Iniciática, resultado de influências esotéricas; e a Umbanda Popular, que mistura várias das tendências anteriores”.

Já que fazemos parte dessa grande mistura que identifica a Umbanda, como uma religião pluralista e irrestrita aos diversos cultos, pergunto, se é viável desejar ao meu irmão: UMA FELIZ PÁSCOA.

Ao me questionar sobre tal assunto deparei-me com o magnífico texto de Pai Claudinei, postado na comunidade OXALÁ O REI DA UMBANDA, no tópico Feliz Páscoa, onde tomei a liberdade de reproduzir:

“Páscoa... Quando eu era criança não entendia muito bem a Páscoa. Só adorava procurar os ovinhos de chocolate que o coelhinho escondia. Mas, o que tem a ver coelho com ovos, seus símbolos, com a ressurreição de Jesus ou a fuga dos hebreus do Egito comandada por Moisés? Agora sei qual a relação de tudo isto. Os ovos são o símbolo do nascimento. Ali dentro, uma vida por vir ao mundo. É o eterno milagre da vida que renasce todos os dias. O coelho é o animal que se reproduz com uma velocidade estonteante, é uma ode à família, uma declaração de amor que a natureza faz todos dias. Renascer é nascer, somos nós mesmos que renascemos nos nossos filhos, é a vida que se pereniza na prole. A fuga dos hebreus é o fim da escravidão de um povo. A escravidão equivale à morte, escravizar equivale a tirar a vontade e a alma de alguém, equivale a tirar sua vida. Se libertar da escravidão é viver de novo, é renascer, é estar sempre começando tudo de novo. Por fim, Jesus é aRessurreição. Quer prova mais clara do que digo? Este eterno milagre que nos encanta é o milagre da vida que a Páscoa nos relembra. A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. Este é o dia de renascer, começar tudo de novo. De nos libertamos do mal que corrompeu nossas almas e nos recobrirmos com o véu da pureza da alma que tivemos um dia. Abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar pra frente com coragem. Nos dedicarmos à vida como quem sorve o sumo de um fruto saboroso. Hoje é dia de renascer.
FELIZ PÁSCOA!
Abraços Pai Claudinei.”
Precisa dizer mais?
Abraços fraternais.

Jairo Pereira Jr. – 2009
Professor de Economia e Matemática
35 anos, casado, 1 filha e Umbandista

sexta-feira, 3 de abril de 2009

OBTER E PAGAR


Pede a graça da saúde, mas não te esqueças da própria defesa contra a enfermidade.

Roga a favor da luz, todavia, não permaneças na sombra.

Solicita o facho da esperança, contudo, aprende a cultivar a serenidade, a fim de que te não arrojes aos precipícios do desespero.

Pede a bênção da coragem, mas preserva-te contra o desânimo.

Roga a realização dos próprios desejos, entretanto, procura adaptar-te à Vontade Divina.

Solicita o concretização dos ideais superiores que te nutrem na Terra, mas busca agir sem apego, para que não te enamores das próprias obras que pertencem, no fundo, à Criação Divina.

Pede a graça da iniciação na fé viva, no entanto, capacita-te de que é necessário perseverar na confiança, para que a ventania das perturbações humanas não te apaguem a candeia da boa vontade.

Roga a concessão de recursos materiais para a solução dos problemas que te afligem no mundo, mas, não te esqueças de aprender a gastar com equilíbrio e respeito sem te precipitares em débitos insolúveis.

Solicita a alegria do amor, através dos entes queridos que te rodeiam na existência, no entanto, reconheça que a felicidade dos amigos é diferente da tua, para que te não convertas em tirano do círculo afetivo.

Tudo na vida é permuta, colaboração, experiência e o nosso trabalho é sempre um contrato entre o Senhor e nós outros, na execução do qual precisamos receber para dar e dar para receber.

A providência nos concede as mais ricas possibilidades em todos os setores da jornada evolutiva, entretanto, a Lei exige a nossa quota de contribuição.

“Pedi e obtereis” – ensinou o Divino Mestre. Não nos esqueçamos, porém, de que todas as criaturas e de que todas as coisas são importantes no Universo e que poderemos tudo receber, mas para tudo pagar hoje ou amanhã.