sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Resenha do 1º Seminário da Integração do Povo de Santo para os Direitos Humanos



Foi um primeiro encontro. E como tal, envolvia o ambiente em uma aura de tensão e nervosismo, principalmente os organizadores, marinheiros de primeira viagem na difícil empreitada de reunir pessoas aptas e dispostas a debater questões ligadas aos Direitos Humanos dentro das religiões de matriz afro-brasileira.

Os convidados foram escolhidos criteriosamente: não precisávamos de estrelas, e sim de pessoas sérias a comprometidas com a luta pelo respeito que tanto almejamos. Assim, convidamos o Pai Alexandre Cumino, do Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca, autor dos livros “Deus, Deuses e Divindades” e “Deus, Deuses, Divindades e Anjos”, e editor do JUS – Jornal de Umbanda Sagrada – o periódico de temática umbandista de maior circulação no país. Convidamos também o Pai Adriano Camargo, do Templo Escola Ventos de Aruanda, em São Bernardo do Campo. Conhecido como “o erveiro”, Pai Adriano Camargo é uma referência na Umbanda quando o assunto são as ervas para fins rituais e espirituais. Também nos brindou com a sua presença a Iyá Ekedji Ogunlade, uma importante e conhecida militante dos direitos das religiões afro-brasileiras e na luta constra a intolerância religiosa e étnica.

Outros nomes de destaque que compareceram: Pai Claudinei de Ogum, do Templo Pai Thomé de Aruanda, Babalorixá Pai Celso de Oxalá, Ogan Juvenal (representando o Supremo Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo - SOUESP).

Os trabalhos iniciaram por volta das 19 horas, com a apresentação do power point “Os filhos da resistência” (que em breve será disponibilizado nesse blog). Em seguida os participantes foram convidados a falar.

Temas relevantes foram abordados (conforme será publicado em ata oficial), sempre lembrando a importância de unir forças entre as diversas vertentes da Umbanda e do Candomblé, formando uma só voz na luta pelo respeito ao Povo do Santo.

Também foi ressaltada a importância do orgulho umbandista/candomblecista. Assumir a própria religião é um primeiro passo rumo ao reconhecimento e o respeito pela mesma.

Em sua fala, Pai Alexandre Cumino lembrou que a Constituição brasileira já garante os direitos aos mais diversos cultos, com leis que os amparam e protegem. O que falta – e, portanto, deve ser objeto de nossa luta – é o cumprimento dessas leis.

Pai Claudinei de Ogum, em sua intervenção, falou que a Umbanda nada tem a conquistar, e sim a reconquistar "algo" que vem se perdendo ao longo das décadas. Deve-se então incluir na pauta, a luta pela reconquista do respeito à nossa crença e tradições.

A nossa amiga e irmã Iyá Ekedji Ogunlade discursou sobre sua militância incansável na luta pelos direitos das religiões afro-brasileiras e contra a discriminação religiosa e racial. Falou sobre as dificuldades que enfrenta para fazer garantir a representatividade dos nossos segmentos religiosos nos eventos e fóruns dos quais participa e, mesmo sendo do Candomblé, por vezes se vê obrigada a representar a Umbanda (o que disse fazer com muito prazer, mas ainda assim sente a necessidade da presença dos irmãos umbandistas). Por essas razões, pediu maior união entre o Povo do Santo, esquecendo suas diferenças internas para buscar o bem comum.

Vale citar o momento em que os jovens umbandistas do templo do também jovem Pai Rafael se manifestaram, declarando seu amor pela Umbanda e a disposição de lutar pelo respeito à sua crença. Esse foi, talvez, um dos momentos de maior emoção do evento.

O convite ao seminário foi enviado a aproximadamente 35.000 pessoas através da WEB. No entanto poucos atenderam ao chamado (em torno de 30 pessoas apenas), o que nos dá a certeza de que temos que nos mobilizar ainda mais e de forma mais organizada a fim de sensibilizar nossos irmãos para regar essa pequena semente que foi plantada em 23/1/2009, para que ela germine, floresça e de frutos, com as bênçãos de
Zambi, de todos os orixás e, principalmente, do nosso divino Pai Oxalá.


Organizadores:
Douglas Fersan
Jordam Godinho

Apoio:
Vereador Ítalo Cardoso
Deputado Rui Falcão
João Galvino

Colaboradores:
Maria do Carmo Godinho
R. Meirelles
Silvio Garcia
Pai Claudinei de Ogum

Secretária:
Denise Fersan

Convidados:
Pai Alexandre Cumino
Pai Adriano Camargo
Ogan Juvenal (SOUESP)
Pai Celso de Oxalá
Ekedji Iyá Ogunlade

Agradecimentos a todos os participantes, que enfrentaram o trânsito caótico de São Paulo em uma tarde chuvosa para declarar o seu amor aos Orixás.


Registro fotográfico do evento:


Foto coletiva antes do início do Seminário



Os organizadores do Seminário, Douglas Fersan e Jordam Godinho com a Ekedji Iyá Ogunlade - Presença marcante no evento.



Pai Alexandre Cumino (ao microfone) e Pai Adriano Camargo (à esquerda): dois nomes importantes que nos brindaram com sua inteligência, humildade e amor verdadeiro pela Umbanda.



Pai Alexandre Cumino, Babalorixá Celso de Oxalá, Jordam Godinho e Douglas Fersan no encerramento dos trabalhos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

VERDADES OU APENAS PALAVRAS TOLAS


A Tempo em que foi desprezado o renascimento para as divindades como novos homens ou mulheres
Tempo de produções apoteóticas de pessoas travestidas
Tempo onde reuniões de pessoas não denotam irmandade, mas sim muita maledicência e fofoca
Tempo onde os desejos de fantasiar e se fantasiar prevalecem...
Tempo onde as pantomimas predominam
Tempo dos torsos de acrílico fluorescentes estilo maracanã
Tempo onde dividir uma mesa com seus descendentes é considerado “ato condenável”
Tempo em que muitos preferem chegar na hora da vamunha
tempo de desdenhar dos esforços de um irmão
Tempo onde consagrar um novo descendente em templo de chão batido é considerado pobreza e falta de Asé
Tempo de profanação de lugares e altares sagrados
Tempo de show com holofotes e muita purpurina...
Tempo de trazerem para os templos a suas opções sexuais
Tempo das indumentárias que parecem marquises de construções faraônicas
Tempo das salvas milionárias que inviabilizam a iniciação dos humildes
Tempo dos Ògán’s e Ekeji’s experimentarem o ‘transe de expressão’
Tempo de possessões exclusivas e dramáticas
Tempo em que uma dúvida ou pergunta vira confusão e inferno generalizado
Tempo de conchavos de “pais de santo” com lojas carnavalescas
Tempo de homem dar ‘pinta’ em ritos públicos em louvor aos ancestrais deificados
Tempo de desconsiderar a presença de uma divindade
Tempo de remedar com gracejos os sons e danças sagradas das divindades
Tempo de sofrer possessão da “divindade eu mesmo”
Tempo de vaidade excessiva e exibição de um poder inexistente
Tempo da falta de humildade
Tempo de enriquecimento à custa da fé dos leigos
Tempo de consultar o oráculo sagrado de Fá como se cata feijão
Tempo de interromper o ato de uma divindade para dobrar coro para inúmeros descompreendidos
Tempo do ebó com danoninho, rocambole e maria-mole.
Tempo de malhar pessoas que buscam fazer divulgação séria de nossa religião
Tempo de trazer pessoa amada em três dias, três horas, três minutos, três segundos...
Tempo dos tarólogos, buzólogos, cartólogos, palitólogos e pedrólogos
Tempo de usar rechillieu furadinho igual tábua de pirulito
Tempo de previsões para rede Globo, Michael Jackson, Bill Gates...
Tempo de cantar e rezar aos ancestrais em ‘língua embromation’
Tempo das cabalinhas feitas numa mesa de boteco entre um copo e outro de pinga
Tempo da mulher de vestido vermelho que tem o cabelo tingido de ruivo ter que cuidar da pomba-gira
Tempo das possessões de “olhos frios” para participar de ritos herméticos
Tempo de consulta pela internet
Tempo de hora certa para sofrer possessões
Tempo de ebós exclusivos e poderosíssimos
Tempo de possessões múltiplas, poliformes e mirabolantes
Tempo de chochar as tradições e templos alheios
Tempo dos pronomes e frases possessivas: Meu Òrìsà, meu Vodún...
Tempo em que muitos perderam completamente o respeito pelas divindades.
Tempo em que fazem de nossa religião um parque de diversões cheio de marionetes.
Tempo em que raciocinar é sacrilégio e pecado mortal!
empo do tudo pode e do pode tudo, sendo considerado anormal apenas aquele que fica de fora desse festival bizarro com samba de crioulo doido.

TEXTO MAGNÍFICO

...Descreve tudo que esta acontecendo nos dias de hoje com as religiões, com o mundo....

Estamos na Era do Imediatismo:
Exemplo:Te Pedi hoje, quero que aconteça hoje.
não aconteceu? então tchau!!!
vc não sabe nada...e assim por diante...

"O tempo de Hoje"...interessantissimo

autor desconhecido