segunda-feira, 27 de julho de 2009

Que País é Este?


Que País é Este?

Por Diamantino Trindade
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No longo do tempo não foram ape­nas os católicos que atacaram a Umban­da, pois os evangélicos já fazem isso há muito tempo. Jefferson Magno da Costa, da Assembléia de Deus, no seu livro Porque Deus condena o Espiritismo, de 1987, procura mostrar que é possível doutrinar espíritas, umbandistas e adeptos do Candomblé.

Na capa do livro podemos ler:

“Você está preparado para evange­lizar adeptos do Kardecismo, da Um­banda e Candomblé no maior país espí­rita do mundo, o Brasil? Você sabe como demonstrar que a evocação dos espí­ritos de pessoas falecidas, a reencar­nação, o jogo de búzios, a cartomancia, os horóscopos e as doutrinas espíritas são condenados por Deus? Se não sabe, este livro lhe ensinará”.

O pastor Geziel Gomes escreve no livro:

“Devemos reconhecer que temos si­do tomados de certa indiferença ante o enorme perigo que representa a disse­minação do Espiritismo no Brasil. Agora, no entanto, Deus nos permite ser muni­dos e municiados para uma batalha que se afigura extremamente árdua, mas de vitória garantida por Jesus Cristo. Este livro pode e deve ser recomendado para leitura devo­cio­nal, para estudo em classe, para aulas regulares de seminá­rios e colégios afins, bem como para classes bíblicas especialmente criadas pa­ra este propó­sito. Não nos basta sa­ber que Deus condena o Es­piritismo. É con­veniente expor as ra­zões. Este livro res­ponderá a inúmeras perguntas, com­ba­terá inú­meras here­sias, dirimirá inú­me­ras dú­vidas e ilumi­na­rá inúmeras men­tes. Tal será a sua missão”.

Podemos perceber a intolerância religiosa tão em moda nos dias de hoje.

É possível também constatar que o autor é um pesquisador como vemos no capítulo intitulado “Porque Deus con­dena a Umbanda e o Candomblé” onde aborda a origem da Umbanda:

“Os dirigentes umbandistas tem pro­curado apresentar essa manifestação do culto espírita em nosso país com uma fa­chada atra­ente, po­pular, reu­nindo tam­­bém ele­mentos do catoli­cismo Ro­ma­­no e do espiritis­mo karde­cista.
Segundo os um­­bandistas, o iní­cio da Umbanda tem uma data: 15 de no­vem­bro de 1908, atra­vés do médium Zélio Fernandino de Moraes (Israel Cys­neiros. Umbanda: poder e magia. Rio de Janeiro. 1983. p.100)”.

Ao longo do livro o autor mostra rela­tos de umbandistas descontentes com a religião e aponta como é possível dou­triná-los.
Diz ainda que é necessário que as igrejas evangélicas no Brasil or­gani­zem grupos específicos de evan­ge­lização de espíritas. É importante que entre os componentes desses grupos haja evan­gélicos convertidos do espiri­tis­mo kar­decista ou de qualquer uma das ten­dên­cias espíritas afro-brasi­lei­ras.

Não podemos esquecer que alguns des­ses milionários pastores da atuali­da­de foram umbandistas, por isso sa­bem como “doutrinar os Exus” nos seus cultos televisivos. Um deles distribuía fichas para consultas num conhecido terreiro em Itacuruçá.

Fico à disposição desses pastores para ser “doutrinado” ou para que dou­trinem Exus de verdade.

Vale a pena lembrar que em março de 2009, no Rio de Janeiro, Tupirani da Hora Lores, pastor da Igreja Geração Jesus Cristo, e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato foram acusados dos crimes de intolerância religiosa, injúria qua­lificada e incitação ao crime e tiveram a prisão preventiva decretada em 19 de junho, pela juíza Maria Elisa Lubanco, da 20ª Vara Criminal. Entretanto, os dois foram soltos algumas semanas de­pois, após conseguirem um habeas cor­pus concedido pelo desembargador Luiz Felipe Haddad, da 6ª Câmara Criminal.

Afonso divulgou na internet, em mar­ço, um vídeo no qual faz ofensas às religiões afro-brasileiras, às polícias Civil e Militar e à imprensa. O vídeo foi publi­cado com o consentimento do pastor Tupirani. Nas imagens, Afonso afirma, entre outras coisas, que “todo pai de santo é homossexual” e que “centro espírita é lugar de invocação do diabo”. Eles foram os primeiros presos em todo o país com base no crime de intolerância religiosa, previsto na Lei 7.437, de 1985 — mais conhecida como Lei Caó.
Como diz Renato Russo: que pais é este? Que país é este onde criminosos, corruptos e intolerantes religiosos rece­bem hábeas corpus após afrontar a lei e seus semelhantes?

Umbandista: se você não quer “ser dou­trinado” por esses seres inominá­veis, que tal começar a valorizar a sua religião e deixar os egos de lado para que unidos possamos mostrar que a Umbanda não é melhor nem pior do que as outras. Apenas uma legitima mani­festação de fé que nos foi trazida do Astral Superior pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, Zélio de Moraes e tantos outros abnegados trabalhadores a ser­viço da caridade.

O inciso 42 do artigo 5° da Constituição Federal prevê a prática do racismo como crime inafiançável. O autor desta lei - deputado Carlos Alberto Caó (PDT-RJ) - integrava, à época a Assembléia Nacional Constituinte de 1988. Carlos Alberto Caó destacou-se na luta em defesa dos direitos dos negros no Brasil. Como parlamentar, legislou a respeito da tipificação do crime de racismo, lei que leva o seu nome.


Carlos Alberto Caó
UEE-RJ homenageia Caó
25/11/2008


O ex-deputado federal Carlos Alberto Caó de Oliveira, foi homenageado no último dia 20/11/2008 pela União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) durante a cerimônia de Abertura da Bienal de Arte e Cultura, momento em que recebeu placa homenageando-o como um dos principais ativistas da causa negra no Brasil.

Caó é jornalista e começou sua militância no movimento estudantil bem jovem, por volta dos 15 anos de idade.Ele foi o primeiro presidente negro da União Estadual dos Estudantes da Bahia (UEE-BA) e também foi o primeiro negro a ocupar uma vice-presidência da UNE, quando esteve à frente da pasta de relações internacionais.

Outro destaque na sua vida foi sua ação política enquanto parlamentar da bancada do PDT-RJ quando conseguiu aprovar a Lei que criminaliza a prática do racismo no Brasil. Sua ação foi tão marcante que a lei foi batizada com seu nome – Lei Caó – e hoje é um importante instrumento na luta contra o preconceito racial e a igualdade para todos.

A iniciativa da homenagem foi da Diretoria de Diversidade Étnica da UEE-RJ que é ocupada pelo estudante e militante da JS/PDT – RJ Bruno Franco, que disse: “Caó é um símbolo da luta contra o racismo no país. Fazer esta homenagem é apenas um singelo agradecimento de todos os estudantes do Rio de Janeiro, negros ou não, por todo seu passado e presente de luta contra o preconceito racial. A UEE-RJ luta contra o preconceito de qualquer tipo e esta homenagem marca a posição da entidade neste sentido”, garantiu.

matéria/fonte: http://www.juventudesocialistapdtrj.blogspot.com/

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