Que País é Este?
Por Diamantino Trindade
http://br.mc332.mail.yahoo.com/mc/compose?to=tynus_ciencia@yahoo.com.br
No longo do tempo não foram apenas os católicos que atacaram a Umbanda, pois os evangélicos já fazem isso há muito tempo. Jefferson Magno da Costa, da Assembléia de Deus, no seu livro Porque Deus condena o Espiritismo, de 1987, procura mostrar que é possível doutrinar espíritas, umbandistas e adeptos do Candomblé.
Na capa do livro podemos ler:
“Você está preparado para evangelizar adeptos do Kardecismo, da Umbanda e Candomblé no maior país espírita do mundo, o Brasil? Você sabe como demonstrar que a evocação dos espíritos de pessoas falecidas, a reencarnação, o jogo de búzios, a cartomancia, os horóscopos e as doutrinas espíritas são condenados por Deus? Se não sabe, este livro lhe ensinará”.
O pastor Geziel Gomes escreve no livro:
“Devemos reconhecer que temos sido tomados de certa indiferença ante o enorme perigo que representa a disseminação do Espiritismo no Brasil. Agora, no entanto, Deus nos permite ser munidos e municiados para uma batalha que se afigura extremamente árdua, mas de vitória garantida por Jesus Cristo. Este livro pode e deve ser recomendado para leitura devocional, para estudo em classe, para aulas regulares de seminários e colégios afins, bem como para classes bíblicas especialmente criadas para este propósito. Não nos basta saber que Deus condena o Espiritismo. É conveniente expor as razões. Este livro responderá a inúmeras perguntas, combaterá inúmeras heresias, dirimirá inúmeras dúvidas e iluminará inúmeras mentes. Tal será a sua missão”.
Podemos perceber a intolerância religiosa tão em moda nos dias de hoje.
É possível também constatar que o autor é um pesquisador como vemos no capítulo intitulado “Porque Deus condena a Umbanda e o Candomblé” onde aborda a origem da Umbanda:
“Os dirigentes umbandistas tem procurado apresentar essa manifestação do culto espírita em nosso país com uma fachada atraente, popular, reunindo também elementos do catolicismo Romano e do espiritismo kardecista.
Segundo os umbandistas, o início da Umbanda tem uma data: 15 de novembro de 1908, através do médium Zélio Fernandino de Moraes (Israel Cysneiros. Umbanda: poder e magia. Rio de Janeiro. 1983. p.100)”.
Ao longo do livro o autor mostra relatos de umbandistas descontentes com a religião e aponta como é possível doutriná-los.
Diz ainda que é necessário que as igrejas evangélicas no Brasil organizem grupos específicos de evangelização de espíritas. É importante que entre os componentes desses grupos haja evangélicos convertidos do espiritismo kardecista ou de qualquer uma das tendências espíritas afro-brasileiras.
Não podemos esquecer que alguns desses milionários pastores da atualidade foram umbandistas, por isso sabem como “doutrinar os Exus” nos seus cultos televisivos. Um deles distribuía fichas para consultas num conhecido terreiro em Itacuruçá.
Fico à disposição desses pastores para ser “doutrinado” ou para que doutrinem Exus de verdade.
Vale a pena lembrar que em março de 2009, no Rio de Janeiro, Tupirani da Hora Lores, pastor da Igreja Geração Jesus Cristo, e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato foram acusados dos crimes de intolerância religiosa, injúria qualificada e incitação ao crime e tiveram a prisão preventiva decretada em 19 de junho, pela juíza Maria Elisa Lubanco, da 20ª Vara Criminal. Entretanto, os dois foram soltos algumas semanas depois, após conseguirem um habeas corpus concedido pelo desembargador Luiz Felipe Haddad, da 6ª Câmara Criminal.
Afonso divulgou na internet, em março, um vídeo no qual faz ofensas às religiões afro-brasileiras, às polícias Civil e Militar e à imprensa. O vídeo foi publicado com o consentimento do pastor Tupirani. Nas imagens, Afonso afirma, entre outras coisas, que “todo pai de santo é homossexual” e que “centro espírita é lugar de invocação do diabo”. Eles foram os primeiros presos em todo o país com base no crime de intolerância religiosa, previsto na Lei 7.437, de 1985 — mais conhecida como Lei Caó.
Como diz Renato Russo: que pais é este? Que país é este onde criminosos, corruptos e intolerantes religiosos recebem hábeas corpus após afrontar a lei e seus semelhantes?
Umbandista: se você não quer “ser doutrinado” por esses seres inomináveis, que tal começar a valorizar a sua religião e deixar os egos de lado para que unidos possamos mostrar que a Umbanda não é melhor nem pior do que as outras. Apenas uma legitima manifestação de fé que nos foi trazida do Astral Superior pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, Zélio de Moraes e tantos outros abnegados trabalhadores a serviço da caridade.
O inciso 42 do artigo 5° da Constituição Federal prevê a prática do racismo como crime inafiançável. O autor desta lei - deputado Carlos Alberto Caó (PDT-RJ) - integrava, à época a Assembléia Nacional Constituinte de 1988. Carlos Alberto Caó destacou-se na luta em defesa dos direitos dos negros no Brasil. Como parlamentar, legislou a respeito da tipificação do crime de racismo, lei que leva o seu nome.
Carlos Alberto Caó
UEE-RJ homenageia Caó
25/11/2008
O ex-deputado federal Carlos Alberto Caó de Oliveira, foi homenageado no último dia 20/11/2008 pela União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) durante a cerimônia de Abertura da Bienal de Arte e Cultura, momento em que recebeu placa homenageando-o como um dos principais ativistas da causa negra no Brasil.
Caó é jornalista e começou sua militância no movimento estudantil bem jovem, por volta dos 15 anos de idade.Ele foi o primeiro presidente negro da União Estadual dos Estudantes da Bahia (UEE-BA) e também foi o primeiro negro a ocupar uma vice-presidência da UNE, quando esteve à frente da pasta de relações internacionais.
Outro destaque na sua vida foi sua ação política enquanto parlamentar da bancada do PDT-RJ quando conseguiu aprovar a Lei que criminaliza a prática do racismo no Brasil. Sua ação foi tão marcante que a lei foi batizada com seu nome – Lei Caó – e hoje é um importante instrumento na luta contra o preconceito racial e a igualdade para todos.
A iniciativa da homenagem foi da Diretoria de Diversidade Étnica da UEE-RJ que é ocupada pelo estudante e militante da JS/PDT – RJ Bruno Franco, que disse: “Caó é um símbolo da luta contra o racismo no país. Fazer esta homenagem é apenas um singelo agradecimento de todos os estudantes do Rio de Janeiro, negros ou não, por todo seu passado e presente de luta contra o preconceito racial. A UEE-RJ luta contra o preconceito de qualquer tipo e esta homenagem marca a posição da entidade neste sentido”, garantiu.
matéria/fonte: http://www.juventudesocialistapdtrj.blogspot.com/
Por Diamantino Trindade
http://br.mc332.mail.yahoo.com/mc/compose?to=tynus_ciencia@yahoo.com.br
No longo do tempo não foram apenas os católicos que atacaram a Umbanda, pois os evangélicos já fazem isso há muito tempo. Jefferson Magno da Costa, da Assembléia de Deus, no seu livro Porque Deus condena o Espiritismo, de 1987, procura mostrar que é possível doutrinar espíritas, umbandistas e adeptos do Candomblé.
Na capa do livro podemos ler:
“Você está preparado para evangelizar adeptos do Kardecismo, da Umbanda e Candomblé no maior país espírita do mundo, o Brasil? Você sabe como demonstrar que a evocação dos espíritos de pessoas falecidas, a reencarnação, o jogo de búzios, a cartomancia, os horóscopos e as doutrinas espíritas são condenados por Deus? Se não sabe, este livro lhe ensinará”.
O pastor Geziel Gomes escreve no livro:
“Devemos reconhecer que temos sido tomados de certa indiferença ante o enorme perigo que representa a disseminação do Espiritismo no Brasil. Agora, no entanto, Deus nos permite ser munidos e municiados para uma batalha que se afigura extremamente árdua, mas de vitória garantida por Jesus Cristo. Este livro pode e deve ser recomendado para leitura devocional, para estudo em classe, para aulas regulares de seminários e colégios afins, bem como para classes bíblicas especialmente criadas para este propósito. Não nos basta saber que Deus condena o Espiritismo. É conveniente expor as razões. Este livro responderá a inúmeras perguntas, combaterá inúmeras heresias, dirimirá inúmeras dúvidas e iluminará inúmeras mentes. Tal será a sua missão”.
Podemos perceber a intolerância religiosa tão em moda nos dias de hoje.
É possível também constatar que o autor é um pesquisador como vemos no capítulo intitulado “Porque Deus condena a Umbanda e o Candomblé” onde aborda a origem da Umbanda:
“Os dirigentes umbandistas tem procurado apresentar essa manifestação do culto espírita em nosso país com uma fachada atraente, popular, reunindo também elementos do catolicismo Romano e do espiritismo kardecista.
Segundo os umbandistas, o início da Umbanda tem uma data: 15 de novembro de 1908, através do médium Zélio Fernandino de Moraes (Israel Cysneiros. Umbanda: poder e magia. Rio de Janeiro. 1983. p.100)”.
Ao longo do livro o autor mostra relatos de umbandistas descontentes com a religião e aponta como é possível doutriná-los.
Diz ainda que é necessário que as igrejas evangélicas no Brasil organizem grupos específicos de evangelização de espíritas. É importante que entre os componentes desses grupos haja evangélicos convertidos do espiritismo kardecista ou de qualquer uma das tendências espíritas afro-brasileiras.
Não podemos esquecer que alguns desses milionários pastores da atualidade foram umbandistas, por isso sabem como “doutrinar os Exus” nos seus cultos televisivos. Um deles distribuía fichas para consultas num conhecido terreiro em Itacuruçá.
Fico à disposição desses pastores para ser “doutrinado” ou para que doutrinem Exus de verdade.
Vale a pena lembrar que em março de 2009, no Rio de Janeiro, Tupirani da Hora Lores, pastor da Igreja Geração Jesus Cristo, e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato foram acusados dos crimes de intolerância religiosa, injúria qualificada e incitação ao crime e tiveram a prisão preventiva decretada em 19 de junho, pela juíza Maria Elisa Lubanco, da 20ª Vara Criminal. Entretanto, os dois foram soltos algumas semanas depois, após conseguirem um habeas corpus concedido pelo desembargador Luiz Felipe Haddad, da 6ª Câmara Criminal.
Afonso divulgou na internet, em março, um vídeo no qual faz ofensas às religiões afro-brasileiras, às polícias Civil e Militar e à imprensa. O vídeo foi publicado com o consentimento do pastor Tupirani. Nas imagens, Afonso afirma, entre outras coisas, que “todo pai de santo é homossexual” e que “centro espírita é lugar de invocação do diabo”. Eles foram os primeiros presos em todo o país com base no crime de intolerância religiosa, previsto na Lei 7.437, de 1985 — mais conhecida como Lei Caó.
Como diz Renato Russo: que pais é este? Que país é este onde criminosos, corruptos e intolerantes religiosos recebem hábeas corpus após afrontar a lei e seus semelhantes?
Umbandista: se você não quer “ser doutrinado” por esses seres inomináveis, que tal começar a valorizar a sua religião e deixar os egos de lado para que unidos possamos mostrar que a Umbanda não é melhor nem pior do que as outras. Apenas uma legitima manifestação de fé que nos foi trazida do Astral Superior pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, Zélio de Moraes e tantos outros abnegados trabalhadores a serviço da caridade.
O inciso 42 do artigo 5° da Constituição Federal prevê a prática do racismo como crime inafiançável. O autor desta lei - deputado Carlos Alberto Caó (PDT-RJ) - integrava, à época a Assembléia Nacional Constituinte de 1988. Carlos Alberto Caó destacou-se na luta em defesa dos direitos dos negros no Brasil. Como parlamentar, legislou a respeito da tipificação do crime de racismo, lei que leva o seu nome.
Carlos Alberto Caó
UEE-RJ homenageia Caó
25/11/2008
O ex-deputado federal Carlos Alberto Caó de Oliveira, foi homenageado no último dia 20/11/2008 pela União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) durante a cerimônia de Abertura da Bienal de Arte e Cultura, momento em que recebeu placa homenageando-o como um dos principais ativistas da causa negra no Brasil.
Caó é jornalista e começou sua militância no movimento estudantil bem jovem, por volta dos 15 anos de idade.Ele foi o primeiro presidente negro da União Estadual dos Estudantes da Bahia (UEE-BA) e também foi o primeiro negro a ocupar uma vice-presidência da UNE, quando esteve à frente da pasta de relações internacionais.
Outro destaque na sua vida foi sua ação política enquanto parlamentar da bancada do PDT-RJ quando conseguiu aprovar a Lei que criminaliza a prática do racismo no Brasil. Sua ação foi tão marcante que a lei foi batizada com seu nome – Lei Caó – e hoje é um importante instrumento na luta contra o preconceito racial e a igualdade para todos.
A iniciativa da homenagem foi da Diretoria de Diversidade Étnica da UEE-RJ que é ocupada pelo estudante e militante da JS/PDT – RJ Bruno Franco, que disse: “Caó é um símbolo da luta contra o racismo no país. Fazer esta homenagem é apenas um singelo agradecimento de todos os estudantes do Rio de Janeiro, negros ou não, por todo seu passado e presente de luta contra o preconceito racial. A UEE-RJ luta contra o preconceito de qualquer tipo e esta homenagem marca a posição da entidade neste sentido”, garantiu.
matéria/fonte: http://www.juventudesocialistapdtrj.blogspot.com/
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