sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A UMBANDA E O CANDOMBLÉ TÃO NECESSÁRIOS.


É muito provável que discordemos das diversas teorias, e práticas que muitas vezes são incorporadas na Umbanda, imolação, elementais, Orixás, Magia entre tantas outras coisas já trazidas para dentro da religião, até mesmo o Esoterismo.Mas qual é a verdade? Podemos afirmar que a Umbanda Esotérica, Traçada de Nação, Tradicional, Omolocô, dentre tantas definições estão erradas ou certas?Quem vai atirar a primeira pedra?(1)

Da mesma forma que devemos entender de vez as diferenças entre Umbanda e Candomblé, entender a Umbanda é entender o Brasil. Um país rico em variedades étnicas e culturais só pode ser resultado de uma intensa miscigenação ao longo de seu processo de formação histórica e que ainda hoje se mostra em movimento. Diversos elementos contribuíram para a formação desse imenso país e essa variedade de costumes que o caracteriza. Do seu elemento étnico primordial – o indígena – pouco restou, levando-se em conta o massacre de que foram vítimas, no entanto, herdamos vários de seus costumes e crenças, dos quais podemos destacar diversos topônimos e o uso de ervas para fins ritualísticos e medicinais (2).

O candomblé é uma religião iniciática, tem seus fundamentos nas religiões tribais africanas (milenares) trazidas pelos escravos para o Brasil. E com eles vieram os orixás africanos, todos negros, sem mistura de credo, pois não conheciam as religiões católica e espírita nem de longe (os escravos).

Antigamente na religião africana, existia uma separação entre o culto de Egun e o culto de orixá, era bem definido e os locais de culto eram independentes e separados. Exemplo disso, podemos ver nas casas de candomblé da Bahia (casas de Ketu tradicional), onde se cultua orixá, (tem apenas um quarto onde são homenageados os eguns dos filhos da casa que já morreram).

O Candomblé é uma religião onde se inicia o filho de santo, ela tem feitura para o Orixá, todos os seus filhos recebem dentro da camarinha os ensinamentos e fundamentos de acordo com os búzios.

Na Umbanda não se inicia o filhos de santo, a Umbanda presta uma homenagem ao Orixá, onde o filho é coroado e depois cada entidade do mesmo vai sendo confirmada e assentada na Umbanda.

A mistura é tão grande, que foram criando falanges e mais falanges que fica difícil dar tantas explicações para o surgimento delas da mesma forma que fica difícil aceitar dentro do Candomblé os cultos de entidades, o que hoje é comum.

Hoje dentro de uma das vertentes da Umbanda, a Traçada em alguns lugares o culto ao Orixá é separado do culto às entidades, e também se sente à necessidade de que o zelador ou zeladora sejam iniciados no Candomblé, pois os fundamentos serão acumulados e os conhecimentos ampliados, mas isso é muito mal visto por vários praticantes da Umbanda, também é necessário observarmos que dentro do meu ponto de vista mesmo o zelador (a) iniciado não deixará de ser Umbandista ou sua casa, pois se o seu propósito é esse em buscar nas entidades o fundamento e princípios da umbanda para pratica da caridade ele sempre terá espaço para o exercício da religião.



OS ORIXÁS NA UMBANDA E NO CANDOMBLÉ:


Os Orixás, dentro de alguns cultos Umbandista não são incorporados. Quem trabalha são os falangeiros dos Orixás, espíritos de grande luz que vem trabalhar sob as Ordens de um Orixá. Os Falangeiros podem ser caboclos, pretos velhos, marinheiros, boiadeiros, dentre as outras linhas. Orixás cultuados na Umbanda: Oxalá, Ibeiji, Obaluayê, Ogum, Oxossi, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Oxum.

Os orixás no candomblé correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.

No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

Orixás cultuados no Candomblé: Oxalá, Ibeiji, Obaluayê, Ogum, Oxossi, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Oxum, Exu, Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá. Os orixás: Exu, Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá .

Com isso não quero defender uma vertente ou outra dentro da Umbanda,mas mostrar as diferenças entre as duas religiões e também reforçar que entre ambas a influência é muito grande, e se complementam em muitos casos, da mesma forma que no texto do meu amigo Douglas Fersan as influências dentro de vasto mundo espiritual formaram a Umbanda e transformaram o Candomblé.

Quero afirmar aqui que existem religiões de matrizes africanas e Umbandas sérias, que estão na vanguarda e abrem seus ensinamentos que querem aprender a trocar e assimilar as diferenças, de respeitar o rito de cada um, mas principalmente de buscar a sua identidade sem apontar o dedo parta o outro.


Axé Irmãos........


Fonte: http://umbandaemdebate.blogspot.com/2009/02/umbanda-em-debate.html
http://umbandaemdebate.blogspot.com/2009/01/e-surgiu-umbanda-douglas-fersan.html

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